sábado, 15 de agosto de 2009

João

João é um cara que termina com ão
Trabalha duro para comprar o pão
De manhã, de tarde, de noite
E volta pra casa de madrugadão

Leva em sua marmita um pouco de queijo no macarrão
Mas às vezes não tem queijo nem macarrão
Não tem nem um tostão
E pede emprestado pro seu irmão

Chega em casa, na TV vê o mensalão
A passagem do ônibus subindo de montão
No senado um monte de ladrão
Em sua cabeça vem um monte de palavrão

Lê o jornal que só traz corrupção
Não sabe o que fazer pra sair dessa situação
E sua mulher o avisa que está grávida
Ele quase morre do coração

João teve um filho chamado José
Que o fez respirar, pensar e ter fé
Pensar na vida, escolheu enfrentar e não dar a ré
Porque nossas escolhas fazem da gente o que a gente é.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Chuva da Madrugada

Enquanto acordas de madrugada
Tendo um pesadelo macabro e sombrio
Do outro lado da rua o velho mendigo
Está com fome e com frio

Levanta-te e vestes tuas meias do avesso
Ouves a chuva cair, sem sentir
E o mendigo, do outro lado sem meias
Sem cama, sem chuva, consegue te ouvir

Para ele os cachorros latem, e, acordam à todos
Enquanto passa na rua carregando seus trapos
Trapos que contam uma história
Várias histórias que de cordas fazem laços

Os laços da vida de quem existe pra te proteger
Que te faz esquecer da chuva da madrugada
Que te faz declarar e desejar o bem
Para o ser humano ao teu lado que chamas de pessoa amada